Adotados para clamarmos, Aba Pai.

05/10/2018

Pois vocês não receberam 
um espírito que os escravize
para novamente temer, 
mas receberam o Espírito 
que os adota como filhos,
por meio do qual clamamos: 
"Aba, Pai".
Romanos 8:15


Eu sempre senti a vontade de adotar. Meu coração sempre se aquecia quando pensava nessa possibilidade, a beleza de amar alguém, de ter amor de pai por alguém que você não viu nascer em um ventre, mas nasceu em seu coração, não importando todos os dias que foram vividos antes desse encontro de um pai para com um filho mas amando como se todos os dias que estiveram longe não existissem, pois a sensação é de que seu filho sempre foi seu. 

Eu e minha esposa somos casados há 4 anos aproximadamente, me lembro que desde do namoro conversarmos sobre esse sonho, o sonho da adoção. 

Com dois anos de casado percebemos que faltava algo na nossa casa, esperamos por um ano, aproximadamente, Deus nos direcionar- guiar nossos passos- para saber se nossos primogênitos seriam pelo ventre da minha esposa ou do coração. 

No inicio de 2017 entendemos que aquele seria o ano em que daríamos entrada na papelada da adoção, em agosto desse mesmo ano demos entrada. 

Passamos por todo o processo, curso de adotantes, avaliação psicológica e social, e o processo do coração, onde Deus estava nos moldando e amadurecendo nossos corações. 

Enquanto o tempo foi passando sentíamos a casa vazia, faltava algo, a sensação era de surdez, pois faltava um barulho ali. Sempre pedíamos a Deus, orando com somente um pedido: Que nossos filhos glorificassem a Deus com suas vidas, independente de quantos anos demorassem para chegar em nossos braços. 

No meio de agosto repetimos essa mesma oração descendo de um culto na igreja no quilombo de Macambira, chorávamos e lembrávamos do Salmo 126 "Aqueles que semeiam com lágrimas, com cantos de alegria colherão. Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes".
Nessa mesma semana nossa filha fazia uma oração dizendo: "Papai do céu, dê uma família para mim e meu irmão".
Deus responde oração. Na mesma semana dessas orações, Deus as atendeu.
Conhecemos nossos filhos, um casal, o menino com 6 e a menina com 4, em uma sexta, em agosto de 2018.
No momento em que soubemos que eles seriam nossos filhos eu e minha esposa os amamos. Não é algo que consigo explicar, mas os amamos. Aprendi a ler esse texto de romanos capitulo 8 verso 5, que coloquei no começo desse texto que estou escrevendo, de uma maneira diferente. Conheci algo mais do Deus que é uma fonte inesgotável de conhecimento.
Existe algo que me preocupa nos cristãos brasileiros, percebo que existe algumas ressalvas sobre a questão da adoção, muitas vezes eles não enxergam com bons olhos quando um casal decide adotar. Quando olho para Cristo, o que Ele fez por nós, em como fomos adotados por Ele, não consigo entender o porquê de muitos cristãos não enxergarem o conhecimento sobre adoção como necessário para a igreja.

Olhamos para como fomos adotados por Cristo e vemos a beleza da adoção da igreja. Fomos salvos, Justificados, Santificados, mas não somente (tudo) isso, nós fomos chamados de seus filhos. Veja bem, não pense na adoção como uma caridade, veja a adoção como o amor, em como Deus manifesta seu amor para conosco de maneira que se transborda, veja adoção como graça de Deus para conosco.

Fomos chamados para fazer parte da família de Deus que nos adotou como seus filhos. Enquanto estou com minha filha no colo, olho para meus filhos e percebo o quanto é bela nossa família e o quanto vejo da graça de Deus em nossas vidas. Vejo a graça de Deus quando olho para seu propósito na família. Não foi algo biológico que fez eu amar meus filhos no dia que os conheci, foi a graça de Deus que nos ensinou o que é uma família, com o Sangue de Jesus. Em Cristo aprendemos que não foram laços de DNA que nos uniu como família, mas os laços do sangue de Cristo.

A beleza de Cristo foi nos unir a Ele, podemos chama-lo de Pai, podemos nos aproximar d'Ele com a ternura de um filho para com seu Pai. 

Quando se adota uma criança ela não se torna seu filho com ressalvas, ela se torna totalmente seu filho. Sua história se torna a história dela, o seu sobrenome se torna o dela, se está ligado em uma ligação inexplicável, a ligação de família. 


Quando eu coloco meus filhos no colo enquanto eles estão dormindo, quando escuto suas risadas nas brincadeiras percebo o quanto estou ligado aos meus filhos com um laço de amor inexplicável, lembro-me de que o laço que me liga a Cristo- o laço que me adotou- é ainda maior do que esse laço que sinto com meus filhos. A alegria de pertencermos a uma família não pode ser explicada só a entendemos quando a vivemos. Quando falamos para a nossa filha que uma das suas amigas havia sido adotada também, a reação dela foi olhar para nós e dizer: "estou tão feliz por essa noticia".Havíamos nos tornado uma família há pouco de tempo, então ela se alegrou pois sua amiga estava vivendo a alegria que ela estava vivendo naquele momento. 

Ser parte da família de Deus aquece nossos corações de uma maneira que não se da para explicar, somente vivenciar. Podermos olhar para Deus e chama-Lo de Pai, que Ele tomou para si filhos de toda raça língua e nação e nos tornou com Ele uma só família. 



Ao nosso Deus a glória, ao nosso Pai, para quem podemos clamar Aba Pai.


Arthur Sena

Cristão, missionário entre os Quilombolas 

Marido de Jádla, pai de Kalel e Sara 

escritor do blog F.I.M. (fé, igreja e missões)


Propósito de vida:

Que esse vaso de barro possa glorificar a Deus com sua vida.

F.I.M. - fé, igreja e missão
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