A ALMA DE LIZ

Liz, sua alma e encalhar

Já faz algum tempo que não falo sobre Liz e sua Alma.
Seus retalhas despedaçados e inteiros, das cicatrizes que mais pareciam rasgões, ou das costuras remendadas que mais parecem pontos dado por um médico para fechar a cicatriz.
Acho que faz tempo que não escrevo sobre Liz e sua Alma pois o barco dela estava um pouco encalhado, no meio do mar do destino que deveria ir, o Senhor do vento e do mar resolveu parar o barco e Liz, peregrina como ela é, se sentiu encalhada, com seus remendos entrelaçados a sua Alma, presa é detalhes que ela não entende, se sentindo parada Liz achou que nada de mal poderia acontecer, e apesar de sua alma peregrina e aventureira, ela achou que fosse bom parar um pouco.
Sempre existe falha em planos feitos por homens, pelos peregrinos filhos de Adão e Eva, sempre existe uma falha, nem sempre é perceptível, mas olhe atentamente, ela está lá, e para Liz não poderia ser diferente.
Em meio a estar encalhada com sua alma, ela, sem perceber, estava afundando. A água adentrava no barco, de pouco mesmo, o tecido de sua Alma remendada estava se encharcando, mas ela estava tão atônita a tudo que não conseguia perceber, não conseguia enxergar, pois ela estava se sentindo cansada de tanto navegar, ela estava muito preocupada ao mesmo tempo em olhar para o horizonte que estava a sua frente, que quando o barco parou, ela continuava olhando para frente, quando deveria estar olhando para seus remendos, para o tecido de sua alma, para o casco do barco.
Liz havia se preocupado demais com o horizonte, esqueceu de analisar sua embarcação, esqueceu de olha para sua Alma e dos remendos que precisavam ser costurado, ou "recosturado".
Liz estava ali, mais uma vez, com somente ela mesma e sua Alma. Encarar sua Alma no olho não era uma tarefa tão simplória para Liz, já houveram muitos embates ali, duvidas, brigas, e até mesmo uma aparente paz. Liz percebeu que olhar demais para o horizonte, sem querer encarar seus remendos havia causado um dano em si mesmo, ela percebeu que sua Alma não era mais a mesma, e nem poderia. Quantas vezes isso não acontece conosco?
Agimos e reagimos achando que somos os mesmos, seguimos tranquilo nossas viagens sem nos dar conta que a Alma que encaramos no passado não é mais a mesma, a costura vermelha deu novo tom ao tecido de nossa alma, e isso havia mudado tudo, ou a linha mais barata que usamos em um remendo, havia partido e nem notamos. São os detalhes que passam desapercebidos pelos nossos olhos que fazem o tecido de nossa alma ruir, rasgar, não são os rasgos aparentes, são os detalhes que muitas vezes passa despercebido que rasgam nossa Alma.

A medida que a Alma cedia em sua costura, ou mudava de tom com sua costura vermelha, a maneira que olhava-se o horizonte mudava, entenda, o horizonte continuava o mesmo, mas a medida que olhava-se para ele o foco mudava, de pouco em pouco, Liz focou em outras coisas quando deveria ter permanecido firme, ou olhou demais e esqueceu de parar para conversar com sua Alma.

O Senhor dos ventos e mares percebe isso muito melhor do que a gente, do que Liz, Ele sabe quando nos fazer parar, mesmo querendo andar, correr, navegar desesperado, Ele nos faz parar para ajustar o rumo, remendar o tecido.O que Liz não percebeu, ou está aos poucos percebendo, foi que ao voltar e encarar a sua Alma, alinhando ela para como deveria ser, com sua costura vermelho sangue de cordeiro, as vezes machucando o tecido, ferindo, enquanto se remenda, se prende, se alinha, enquanto tudo isso acontecia, o barco voltou a navegar. As velas estavam abertas e Liz nem percebeu. O Senhor dos ventos e mares, estava fazendo com que Liz e sua Alma voltassem a navegar, quando Liz voltou para sua Alma e costurou o tecido. Nessa mistura de Alma, tecido, e navegar, o que Liz não havia percebido, e talvez nunca perceba, é que as velas que compõe o barco que é sua peregrinação, é sua Alma cansada, que ama navegar quando bem costurada com a linha dada pelo Cordeiro, digo, pelo Senhor dos ventos e mares.
No fim das contas, os planos de Liz foram frustrados, para dar espaço para outro plano, o de permitir ser peregrina, guiada pelo Rei, guiada pelo sol da justiça, logo a sua frente.

Arthur Sena

Cristão, missionário, Marido de Jádla, pai de Kalel, Sara e Isaac, escritor do blog F.I.M. (fé, igreja e missão), planejando o "Movimento A"

Propósito de vida: Que esse vaso de barro possa glorificar a Deus com sua vida.

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